
Curiosidade e Criatividade
Saiba mais
Construindo o Conhecimento
Saiba mais
Do Nano ao Macro
Saiba mais
Os construtores da ciência
Saiba mais
A Partícula que mudou o Brasil
Saiba mais
Em busca de mais...
Saiba mais
Mistério
Saiba mais
Na atualidade, não raramente escutamos que o ‘tempo’ passa rápido demais. Essa impressão – não, de certo modo, despropositada – deve-se basicamente à presença maciça na vida da população das novas tecnologias da comunicação (computadores, internet, correio eletrônico, celulares, videoconferências etc.), que começaram a se popularizar a partir da década de 1990.
Sem dúvida, o ritmo atual das relações pessoais, dos negócios, das transações bancárias, das trocas de mensagens contrasta muito com aquele que ditava o dia a dia das sociedades há poucas décadas. Essa nova sociedade – em constante mutação – tem suas origens na forma de ver o mundo lançada, há milhares de anos, por pensadores no Egito, na Grécia, Mesopotâmia, Índia, China etc.
Esses homens e mulheres eram denominados filósofos da natureza, e estão aí as bases da matemática, astronomia, física, química, biologia, engenharia, áreas do conhecimento que ganharam enorme impulso teórico e prático com o Renascimento na Europa e o que muitos historiadores denominam – ainda que sem consenso nessa interpretação -- ‘Revolução Científica’, a partir do século 16.
Eis aí, de forma brevíssima, a longa jornada que a ciência percorreu para ser feita como ela é hoje. Esse caminho foi pavimentado com elementos considerados inerentes (e necessários) ao fazer dessa cultura: observação, questionamento, experimentação (inclusive na forma de pensamentos, idealizações), geração de dados, interpretação lógica, análise e pensamento racional... Mas também erros, equívocos, preconceitos, doses de metafísica, fraudes... como nos ensinam bons artigos e livros de história da ciência. Em certos períodos da história, foi impossível demarcar uma linha divisória clara entre ciência e metafísica, como nos mostram os estados iniciais de desenvolvimento, por exemplo, da química e alquimia, bem como da astrologia e astronomia.
Vista de forma anacrônica (e, certamente, parcial), a ‘Revolução Científica’ é quase sinônimo de continente Europeu. No entanto, é preciso lembrar que outros povos, em outras regiões do mundo, tinham suas formas de ver o cosmo e os fenômenos terrestres. Esse é o caso, por exemplo, dos indígenas brasileiros, que conheciam a técnica de fazer fogo; fabricavam arcos e flechas sofisticados; produziam canoas de hidrodinâmica perfeita; edificavam abrigos para até centenas de moradores; sabiam se orientar pelas estrelas e pelo sol; reconheciam estações do ano; percebiam (e compensavam ao pescar) a refração sofrida pela luz que passa da água para a atmosfera; abriam estradas amplas e grandes praças entre os assentamentos...
O pequeno índio do Grafite da Ciência é uma homenagem ao conhecimento de todos os povos que não tiveram suas culturas ou nacionalidades incluídas na história do conhecimento humano, mas que, certamente, enriqueceram a visão de mundo dos colonizadores.
Ainda está por ser entendida de que forma a cultura desses povos ajudou a erigir o alto edifício que abriga o conhecimento acumulado desde o Renascimento até o período atual, no qual a ciência se tornou -- como afirmou o historiador britânico Eric Hobsbawm (1917-2012) -- a forma de cultura mais importante, com suas descobertas que vão das dimensões nanoscópicas (dos bilionésimos de metro), como as partículas subatômicas que brotam dos potentes aceleradores de partículas, até o mundo dos corpos com massas gigantescas (estrelas, buracos negros, galáxias etc.) e velocidades que resvalam a da luz (300 mil km/s), passando pelas tecnologias ligadas à manipulação dos genes e pelas transformações sociais e econômicas que vieram a reboque dos avanços das comunicações.
“A palavra ciência vem do latim, significa ‘conhecimento’. É difícil para mim acreditar que alguém possa ser contra o conhecimento. Acho que a ciência funciona como equilíbrio delicado entre dois impulsos aparentemente contraditórios. Um deles, a capacidade de síntese, criadora de hipóteses; e o outro, a capacidade analítica, cética, de escrutínio. E só a mistura entre as duas, a geração de hipóteses criativas e a rejeição cuidadosa daquelas que não correspondem aos fatos que permite à ciência e a qualquer atividade humana, creio eu, avançar.”